A Reforma Tributária Não Quebra Empresas — A Má Gestão Quebra. Por Que 2025 Será o Ano da Seleção Natural dos Negócios no Brasil
- Ricardo Polaro

- 4 de dez.
- 4 min de leitura
A Reforma Tributária ganhou manchetes, dominou discussões e gerou ansiedade entre empreendedores de todo o país. Enquanto muitos tentam entender quem será beneficiado e quem será prejudicado, uma verdade permanece inalterada e pouco discutida: a reforma tributária não quebra empresas. O que quebra empresa é falta de gestão.
O que a reforma faz é simples: ela acelera o destino de quem já estava frágil. Negócios que operam no improviso, que não conhecem sua própria margem, que vendem sem nota, que ignoram o fluxo de caixa e que dependem de achismo para precificar já estavam em risco. A reforma apenas empurra essas empresas para o abismo num ritmo mais rápido.
A seguir, vamos aprofundar os cinco pilares que definirão quem prospera e quem fecha as portas na nova realidade tributária brasileira.
1. Precificação: o primeiro elo que se rompe
A maioria das empresas brasileiras não sabe precificar. Não é exagero — é realidade diária para contadores, consultores e gestores financeiros. Muitas vezes o preço é definido por comparação, por intuição ou por aquilo que “o mercado aceita”. O problema é que preço sem margem é tiro no escuro.

Com a reforma, o impacto dos impostos será mais direto, mais visível e mais relevante na formação do preço. Quem não domina custos, despesas, margem de contribuição e ponto de equilíbrio vai sofrer. E sofrerá rápido.
A precificação incorreta costuma ser o primeiro elo a romper, porque ela distorce todo o restante: prejudica o caixa, destrói a margem, impede reserva financeira e torna impossível absorver qualquer mudança tributária.
A empresa que já vendia com margem baixa não terá espaço para segurar novos ajustes. E quando o preço não cobre o custo, o negócio não é negócio , é caridade involuntária.
2. Controle financeiro: o pulmão que falta quando o mercado aperta
Se existe algo que separa empresas amadoras de empresas profissionais é o controle financeiro. Não falo de ter um “fluxo de caixa no Excel”. Falo de:
projeções
histórico de despesas
conciliação
análise de caixa diário
provisão de impostos
contas a pagar organizadas
relatório de resultado real
Sem isso, qualquer reforma vira caos. A reforma tributária exige previsibilidade. Ela exige que a empresa saiba quanto entra, quanto sai e quanto custa existir. Sem controle financeiro, a empresa não sabe absorver variações. Ela só reage. E quem vive reagindo, vive atrasado.

Enquanto muitos falam sobre “aumento de imposto”, a verdade é outra: as empresas que dominam seu financeiro conseguirão ajustar preço, repactuar contratos, reorganizar custos e sobreviver. As que não dominam… vão descobrir tarde demais que o problema nunca foi a reforma.
3. Ter um time contábil, financeiro e jurídico ativo não é luxo, é sobrevivência
Durante anos, muitos empreendedores trataram contador como despesa obrigatória. Um custo. Alguém para enviar guias. Alguém para entregar declarações.
Essa mentalidade vai quebrar empresas.

A reforma pede outra postura: gestão tributária ativa. A contabilidade sai do papel de “apertadora de botão” e passa a ser:
assessoria estratégica,
defesa preventiva,
acompanhamento de riscos,
leitura de cenários,
otimização tributária constante.
Da mesma forma, financeiro não é mais alguém para “pagar contas”. E o jurídico não é mais alguém para “resolver quando der problema”.
Estamos entrando em um Brasil onde:
jurídico protege,
financeiro antecipa,
contabilidade orienta.
E empresas sem esses pilares terão muito mais dificuldade em se ajustar.
O empreendedor que achar que consegue navegar essa reforma sozinho está se condenando. O jogo ficou técnico. E jogo técnico exige profissionais técnicos.
4. O fim das empresas que não emitem nota fiscal
O Brasil informal sempre sobreviveu porque o país permitiu. A reforma tributária muda esse cenário de forma indireta, mas poderosa: ela aumenta a pressão de compliance sobre toda a cadeia produtiva.
Empresas que não emitem nota fiscal terão três grandes problemas:
Não conseguirão comprovar receita — e isso fechará portas em bancos, licitações, parcerias e contratos.
Ficarão mais vulneráveis a cruzamentos de dados, cada vez mais sofisticados.
Serão excluídas da economia formal, que exigirá transparência para operar.
Quem depende de “pix sem nota” está vivendo um prazo de validade que está chegando ao fim.
Emitir nota não é mais opção. É o novo requisito mínimo para existir.
5. A verdade que ninguém fala: a reforma é apenas o espelho
A reforma tributária não pune quem produz. Ela pune quem improvisa.
Empresas bem geridas, com preço ajustado, fluxo de caixa previsível, contabilidade ativa e emissão de notas não terão medo da reforma. Elas vão se adaptar, repassar parte do impacto, recalcular margem e seguir vivas.
Já as empresas que:
não sabem o próprio custo,
não diferenciam lucro de faturamento,
não controlam giro financeiro,
não têm reserva,
vivem na informalidade,
não têm suporte profissional…
Essas empresas não foram quebradas pela reforma.Elas já estavam quebrando.A reforma só acelerou o cronômetro.
Conclusão: 2025 não será o ano da reforma tributária. Será o ano da gestão.
Para o empreendedor brasileiro, o recado está claro: não é sobre imposto. É sobre gestão.É sobre saber precificar, controlar, planejar, projetar e agir com base em dados , não em achismos.
A reforma tributária não é inimiga. Ela é filtro. Um filtro que deixa passar apenas empresas:
profissionalizadas,
organizadas,
transparentes,
com suporte técnico,
e com gestores conscientes do próprio negócio.
As demais não quebram por causa da reforma.Quebram porque nunca se prepararam para ela.
O Brasil muda. O mercado muda. O tributo muda.Quem não muda junto, fica para trás.
Se você quer preparar sua empresa para esse novo cenário, ajustar sua precificação, organizar seu financeiro e estruturar uma estratégia com segurança, conte com o Grupo Polaro. Estamos ao lado de quem trabalha, produz, gera emprego e sustenta a economia real.


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